Efraín Cepeda sobre a reforma tributária: "Não há espaço para colocar dinheiro no bolso dos funcionários ou dos empresários."

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Efraín Cepeda sobre a reforma tributária: "Não há espaço para colocar dinheiro no bolso dos funcionários ou dos empresários."

Efraín Cepeda sobre a reforma tributária: "Não há espaço para colocar dinheiro no bolso dos funcionários ou dos empresários."
No âmbito do Fórum de Desenvolvimento Local que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) realiza em Barranquilla até sexta-feira, o presidente do Senado, Efraín Cepeda, conversou com o EL TIEMPO para discutir diversos temas atuais do país.
Qual a importância deste evento para a cidade?

Presidente do Senado, Efraín Cepeda, na Asobancaria. Foto de : Asobancaria

Apesar dos obstáculos colocados pelo Governo Nacional, demonstramos que somos capazes de realizar fóruns internacionais desta magnitude, que temos uma cidade que é motivo de orgulho para a Colômbia e a América Latina: uma cidade em pleno crescimento, próspera, inclusiva, séria e geradora de empregos. E digo que finalmente conseguimos porque, nesta ocasião, a OMT prevaleceu, certamente sobre os desejos do Governo Nacional. Lembremos que tivemos os Jogos Pan-Americanos, e o Governo deliberadamente deixou de pagar alguns dólares em dezembro que já haviam sido orçados. Assim, perdemos esses Jogos Pan-Americanos, e eles foram transferidos para outras partes do mundo.
Felizmente, pegamos o governo nacional desprevenido, e isso está sendo feito. Temos figuras proeminentes de muitos países do mundo aqui. Os melhores economistas que estão apreciando a cidade destacaram seu nível de desenvolvimento. A Colômbia realmente precisa de muito mais dessas vitrines internacionais, porque se estamos falando, por exemplo, de investimentos que geram empregos, essas vitrines são muito importantes. Acredito que muito sairá disso.
O Presidente da República questiona o processo eleitoral porque Thomas Greg tem grande probabilidade de ganhar o contrato eleitoral. Qual é a sua opinião?
Este é o hábito do presidente de desrespeitar a autonomia dos poderes públicos. O Registro é um órgão completamente independente, o registrador eleito pelos presidentes dos tribunais superiores que tomam essas decisões em lei. Isso aconteceu nos ataques contra o Congresso da República quando ele não gosta das decisões. É um desrespeito generalizado. Com a mesma abordagem, Petro venceu as eleições presidenciais e para prefeito em Bogotá. Quero dizer que tenho plena confiança na decisão do registrador e que temos certeza de que serão eleições excelentes, porque conheço suas qualidades.
Você acha que isso poderia ser uma resposta à decisão que o registrador tomou na época em relação ao referendo?

O registrador nacional, Hernán Penagos. Foto: Cartório

Bem, imagine, como ele poderia reagir duramente contra o registrador se o referendo não existisse? Há uma certificação do Senado da República confirmando que ele foi negado. Então, como o registrador poderia tomar uma atitude que não era sua? Essa ideia de que o chefe de Estado também é o chefe de todos os poderes públicos simplesmente não se aplica. Isso não é um reinado; é um estado social regido pelo Estado de Direito, onde a democracia é respeitada e a Constituição de 1991 é mantida. O registrador agiu de acordo com a lei. Mas o presidente tem esse hábito, e antes disso, quero lembrá-lo de algo: esta não é a primeira nem a segunda vez que ele ataca o Registro. Você mesmo acabou de se lembrar do primeiro episódio. Lembremos que, em parte, o Orçamento Geral da Nação foi afundado nas comissões econômicas quando recursos foram retirados do Registro e transferidos para o Ministério da Fazenda, aparentemente com a intenção de colocar o Registro de joelhos e, assim, poder administrar diretamente aquele contrato. Quem sabe com que propósitos ocultos?
Trata-se de uma questão pessoal entre o presidente Petro e Thomas Greg ou é uma tentativa de lançar uma sombra sobre o processo eleitoral?
Ele não escondeu sua antipatia por essa empresa e, de fato, três chanceleres renunciaram por esse motivo. Ele queria forçá-los a não conceder o contrato à empresa vencedora da licitação, e eles optaram por se retirar. Hoje, o presidente Petro acredita que deixar os colombianos sem passaporte é mais importante do que cumprir a lei, do que cumprir os resultados de um processo licitatório. O presidente Petro não pode ser tão irresponsável a ponto de dizer aos colombianos que eles não podem se mover, que não podem sair do país, que estão presos aqui, como a Venezuela começou. Instamos o Governo Nacional, usando qualquer mecanismo apropriado que tenha, a impedir que percamos nossos passaportes e que a livre circulação dos colombianos seja, neste momento, truncada por caprichos.
O Congresso está considerando alguma ação para impedir que os colombianos percam seus passaportes?

Explicamos como agendar sua consulta para passaporte. Foto: iStock

A ferramenta que o Congresso tem são os debates sobre supervisão política e, claro, temos conversado com grupos de parlamentares de diferentes partidos para realizar um. O objetivo é que o governo explique se persiste nesse ato irresponsável de deixar colombianos presos no país , sem a possibilidade de emitir seus passaportes, como aconteceu na Venezuela na época. Não sei se esse estreitamento das relações entre a Colômbia e Maduro o levou a cogitar a ideia de nos deixar presos aqui, sem passaportes.
Agora que a questão com os Estados Unidos acabou, qual a sua opinião sobre esse novo episódio de tensão?
A primeira coisa que devo destacar é a irresponsabilidade do Governo Nacional. Este é o segundo episódio. Lembremos, por exemplo, o tuíte das 3h40, quando devolveu alguns aviões que já havia autorizado, o que evidentemente gerou uma crise maior. Desde então, só gerou demonstrações de antipatia em relação aos Estados Unidos. E, além disso, há a irresponsabilidade de afirmar que o Secretário de Estado Marco Rubio estava participando de um golpe que só existe na cabeça dele. Este é um país democrático, onde respeitamos a democracia. E quero dizer uma coisa: o presidente Petro só foi eleito no dia 7 de agosto, certo? Ele não pode sair nem um dia antes do dia 7 de agosto, mas também não pode ficar nem um dia depois.
O Supremo Tribunal Federal abriu uma investigação sobre supostas irregularidades na votação do referendo, e a investigação contra o senhor está em andamento. O que o senhor tem a dizer?
Vejo isso como uma grande oportunidade de chegar lá com os vídeos e as declarações do Secretário-Geral, que atua como tabelião do Senado da República. É uma questão clara. O registro pode ser encerrado antes dos 30 minutos a qualquer momento. Além disso, nenhum outro senador chegou. O Secretário-Geral, que é quem atesta isso, foi quem encerrou o registro e anunciou o resultado, como indica o procedimento: o presidente diz "o registro está encerrado" e o Secretário anuncia o resultado. Eles estão dizendo que o Secretário alterou um voto, etc. Isso é absolutamente falso, e isso é claro. Então, que grande oportunidade de estar lá.
Você vê um futuro para o voto constituinte?

O Presidente Gustavo Petro com Alfredo Saade, Chefe da Casa Civil. Foto: Presidência

Essa votação, inicialmente, veio de uma equipe de jovens cidadãos; mas agora o Governo Nacional quer forçá-la. E, em segundo lugar, a Constituição anterior não tinha um mecanismo claro de como ela poderia ser cortada. Esta Constituição, por outro lado, é absolutamente clara sobre o mecanismo. Ela pode incluir todas as cédulas, e não há consulta "ao povo colombiano" na Constituição. A consulta deve necessariamente passar pela Assembleia Constituinte, ou seja, por uma lei no Congresso da República. É isso que a Constituição de 1991 estabelece, e os juízes, é claro, farão cumprir essa ordem. Portanto, essa proposta não tem a menor chance: é apenas mais uma cortina de fumaça para esconder a péssima administração do governo. Você se lembra de quantas fitas o presidente da República cortou inaugurando projetos em benefício dos colombianos?
Como esse fechamento legislativo afeta as relações com o Governo Nacional?
Bem, a partir de 20 de julho, nós, atuais congressistas, temos mais um ano pela frente e estaremos muito vigilantes para garantir que o povo colombiano não seja prejudicado. Já fomos ameaçados com uma reforma tributária. Por um lado, eles estão desrespeitando a regra fiscal, que lhes permite receber entre 5 e 6 trilhões de pesos por ano. Por outro, as ordens de prestação de serviços estão aumentando meteóricamente, passando de 2023 para 2024 com um adicional de 10 trilhões de pesos. Esses são precisamente os recursos que eles estão tentando arrecadar hoje, colocando a mão no bolso dos colombianos, enquanto o governo gasta exorbitantemente e espera que o povo pague. Assim como pretendiam, no referendo, conduzir a campanha política do partido governista para o Congresso e para a presidência, usando 800 bilhões de pesos de dinheiro colombiano.
Então...
O Governo Nacional, em primeiro lugar, precisa cortar seus gastos. Analisaremos atentamente essa reforma tributária, mas, desde já, devo dizer que não há espaço para mexer nos bolsos dos trabalhadores ou empresários, que atualmente lutam pela sobrevivência, especialmente considerando a recente aprovação de uma reforma trabalhista que aumenta seus encargos contratuais. Principalmente as microempresas. Ainda não entendo como o Governo Nacional se opôs ao tratamento diferenciado para essas microempresas — aquelas com dois ou três funcionários, aquelas que lutam no dia a dia, as famílias. O Governo se opôs. Essa é a economia popular que ele alega proteger, mas que acabou prejudicando com a reforma trabalhista.

Entrevista com Efraín Cepeda. Foto:

eltiempo

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